O painel do séc. XIX com a Nª Sª da Conceição e Santo António estava num estado de deterioração que implicava uma reconstrução parcial, ou total, como também o precisam e muito, os azulejos da Capela da Santa Casa da Misericórdia de Alhos Vedros.
A C.M.M. através da Srª Maria Clara que representou o Departamento de Cultura da Câmara da Moita pediu-me a e elaboração desse mesmo painel policromado de 25 azulejos (5 x 5 azulejos de 14 x 14 cm), o que implicou todo um trabalho de desenho, estudo dos óxidos e reconstituição do mesmo painel, o resultado está aqui.
As possibilidades de restauro de painéis dos séculos XVI a XIX, são possíveis parciais ou integrais, devido ao uso de vidrados e óxidos com as mesmas características dessas épocas já desde 1989 testadas na A.A.G.
Embora a homogeneidade de cozedura nos azulejos dos trabalhos feitos na Azulejaria Artística Guerreiro seja um factor de maior qualidade, porque são cozidos em forno elétrico o que faz com que o forno tenha práticamente todo a mesma temperatura, a heterogeneidade entre os azulejos dada pela diferença das temperaturas nas cozeduras em fornos a lenha é práticamente impossível de se conseguir, nem mesmo numa cozedura em fornos a gáz, devido ao avanço tecnológico.
Por isso para se conseguir uma cozedura tão diversa e ímpar como as eram nos séculos XVI a XIX só seria possível se se cozessem os azulejos em fornos a lenha, como na altura.
Se repararem com atenção nos azulejos antigos nas Capelas e Igrejas ou Casas Senhoriais e Palácios, cada azulejo tem uma pequena diferença de tonalidade nos vidrados ou óxidos, quanto mais antigos mais essas diferenças são acentuadas. Nos finais do séc. XIX e até meados do séc. XX, devido ao aperfeiçoamento dos fornos e da introdução do gaz como combustível, os azulejos atingem uma homonegeneidade quase perfeita a nível cromático e de vidrados. A Fábrica Aleluia de Aveiro é uma das mais evoluidas nessa perfeição, como se pode ver nos painéis das estações de caminhos de ferro antigas de que destaco a Estação de São Bento no Porto, feitos pelo Mestre Jorge Colaço, soberbos no detalhe, temática e cromância, além da superioridade de vidrados e cozedura já explanados encima.
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